Portanto o homem deixará (yaazov) a casa de seu pai e de sua mãe e se unirá com a sua esposa e tornar-se-ão uma só carne”.
O casal deve estar tão conectado a ponto de considerarem-se como um mesmo corpo. A palavra “yaazov” (que em hebraico quer dizer “deixar, abandonar”), também pode ser traduzida como raiz de “tesouro”, pois cada indivíduo deve trazer consigo os aspectos positivos que aprendeu com seus pais.
Um Novo Começo
Seja no primeiro ou no segundo casamento, o compromisso deve ser total e mútuo com a relação. Deve haver uma atitude positiva e determinação absoluta para fazer funcionar.
O futuro de um casamento vai depender do comportamento que a pessoa irá adotar diante do relacionamento.
Começar uma relação com baixas expectativas não é justo nem consigo mesmo, nem com a pessoa com quem você assumiu o compromisso.
O segundo casamento costuma trazer desafios únicos e exige muito mais do casal do que na primeira experiência.
Muitas vezes, há que se aguçar a sensibilidade como padrasto ou madrasta para lidar com enteados, conflitos e resistência da família sobre o novo cônjuge e expectativas naturalmente desenvolvidas como resultado do primeiro casamento.
É muito importante analisar a fundo e preparar-se para essas questões. Uma conversa honesta com o seu rabino, com o seu shadchan e até mesmo com um amigo experiente e de confiança pode ajudar bastante a lidar com esses dilemas e encontrar as melhores saídas.
O principal passo é iniciar a busca com algo muito importante em mente: desejar ter um compromisso irrestrito, aliado à compaixão e ao espírito de cooperação. Isso pode ajudar a enfrentar a maioria, senão todas essas dificuldades.
Fundações sólidas sobre ruínas
Muitos casamentos costumam ser impulsionados pelas emoções. Assim, os cônjuges mergulham no compromisso do matrimônio sem considerar adequadamente se as suas prioridades, valores e disposições eram adequados um ao outro.
Assim, deve-se reconhecer que o amor e a paixão por si só não são motivos suficientes para o casamento.
Esse reconhecimento deve fazer com que a pessoa examine qualquer perspectiva futura do outro através de lentes de clareza e objetividade, aumentando assim as chances de se casar com alguém verdadeiramente compatível.
O Talmud nos fala que, de acordo com os seus atos diante do estudo da Torá e observância das mitsvot, maior é a “qualidade do segundo cônjuge”.
Assim, quanto mais você aumentar em estudo da Torá e a observância das mitsvot, maiores serão as suas chances de achar uma pessoa com quem você encontrará felicidade e tranquilidade.
Encontrar a felicidade novamente
Frequentemente, viúvos e viúvas resistem em considerar um novo casamento, por um sentimento de fidelidade e lealdade aos cônjuges falecidos.
Somente quem passou por essa perda tão grande pode entender a imensidão da dor.
Em nome da memória do ser amado, suportam a solidão como apenas um pequeno sacrifício.
Porém, isso tudo pode parecer muito nobre, mas não é o ideal.
A alma do falecido continua a cuidar de sua família e tem uma grande satisfação presenciando sua felicidade e boas realizações.
Um cônjuge solitário e abatido, que se recusa a seguir em frente causa muita angústia na alma daquele que se foi. Ela simplesmente não pode elevar-se quando o estado da pessoa que ama é de melancolia e tristeza.
As almas dos que partiram encontram a verdadeira paz quando seus amados encontram a felicidade novamente.
A tristeza é perigosa, ela pode te levar a uma depressão e isso não é bom! Ter alegria, no judaísmo, é uma mitsvá e talvez você possa encontrá-la tendo um novo companheiro ao seu lado, independente da sua idade!
Afinal, não há idade certa para ser feliz!
