Gilda Zukin é uma das shadchaniot do Zivug. Ela desempenha importante papel no Rio de Janeiro, onde existe significante presença da comunidade judaica.

Ela afirma que a afinidade física para um casal é muito importante. Mas que não é o fator fundamental, até porque beleza é algo bastante relativo.

“Nesta função que desempenho, ver um casal que ajudei a formar, e que está feliz da vida, é o maior prazer que posso ter”, diz ela.

Zivug – Como é levar uma vida moldada em fundamentos judaicos numa cidade como o Rio de Janeiro, com tantas facilidades “terrestres”?

Gilda Zukin – É difícil…, mas não é impossível! Em qualquer lugar do planeta, o yetzer hará (instinto negativo) sempre vai criar dificuldades. Temos que ter bitachon (confiança/fé) e, com isso, poderemos sempre superar qualquer teste.

O que te motiva a se envolver em tentar ajudar as pessoas a se casarem? Como começou o seu envolvimento nisso?

Sempre gostei de apresentar e conectar as pessoas, muito antes de fazer teshuvá. Tanto para trabalho, para namoro ou mesmo que fosse para dividir um apartamento. Depois de aprender a importância, pela halachá (além da vivência na prática, claro) de ter uma família e consciência do grau de assimilação que enfrentamos hoje, percebi que esse trabalho era bastante importante, fundamental mesmo.

Até que ponto a questão da aparência física da outra pessoa influencia na escolha de um relacionamento e qual é a sua opinião sobre isso?

Atração física é muito importante. Mas de jeito nenhum é o aspecto mais importante, até porque beleza é uma coisa relativa. É bastante comum não acharmos alguém bonito, logo de cara, e após meia hora de conversa já acharmos lindo (a). Assim como, podemos achar alguém bonito (a) e depois de 3 frases, mudar de opinião totalmente. Contudo, para uma relação ser duradoura, é muito mais importante ter respeito e admiração pela outra pessoa. A beleza física é efêmera… já a apreciação pelo caráter, intelecto, pelas atitudes, essa não deve acabar, tem que ficar e até mesmo crescer.

Quais são as principais dificuldades encontradas para se progredir para um relacionamento mais sério e qual seria o seu conselho?

Há vários problemas atualmente: leviandade, rapidez; as pessoas hoje são superficiais. Olham uma foto e já tiram as suas conclusões. Olham a roupa, o carro, o endereço. Fazem julgamentos. Quem realmente quer ter um parceiro, um sócio para a vida, tem que investir mais nessa procura. Tentar olhar muito além de uma foto no Facebook, Instagram, ou qualquer rede social.

É mais fácil apresentar um casal de religiosos ou não-religiosos? Quais são os desafios de ambos os casos?

Nenhum dos dois é fácil. A apresentação entre religiosos tem a facilidade de ambos serem bem objetivos a respeito do que querem. Não tem joguinho de se fazer de desinteressado, de demorar para ligar. Por outro lado, tem menos chance de ter encontros casuais, mais descompromissados, que acabam deixando as pessoas mais relaxadas. Ajudar a formar um casal é muito difícil. Precisamos da ajuda de Hashem para isso. Homem e mulher são bem diferentes!

Quem costuma ter mais exigências, o homem ou a mulher? Um jovem ou uma pessoa de meia-idade?

Mulheres tendem a se preocupar mais com o caráter, os homens com a aparência. Os jovens julgam rápido demais e os de meia idade vêm com uma bagagem já. Como eu disse, não tem facilidade em nenhum dos casos.

Como você aconselharia alguém que teve uma experiência amarga a se dar uma chance de procurar um novo zivug?

Temos experiências amargas todos os dias. Desde uma grosseria inesperada no trânsito até mesmo uma profunda decepção no amor. Essas experiências fazem parte da vida. Mas de jeito nenhum significam uma rua sem saída. Já ajudei vários casais a se encontrarem. Todo mundo merece ser feliz!

De que forma você tem a sensação de que seu trabalho é reconhecido?

Ver um casal que ajudei a formar, e que está feliz da vida, é o maior prazer que posso ter. Mas se esse casal puder conversar com os seus amigos sobre isso, explicar que ser apresentado para alguém não é uma vergonha, pelo contrário, é uma facilidade, com certeza seria uma grande ajuda para o nosso trabalho.

Gostaria de mandar um recado para as pessoas que se inscreveram ou pensam em se inscrever no Zivug?

Sim! Já ajudei a formar casais com 20 e poucos anos e com mais de 70 anos de idade. O ser humano, com poucas exceções, não nasceu para ser ou ficar sozinho. Acredite: tem alguém que vai te complementar. Se dê essa chance, permitindo que te ajudemos!

Zivug – Parceria para a vida
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